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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Como problemas emocionais se transformam em doenças?

A ideia de que fenômenos emocionais levam a alterações físicas é antiga. Em 1628, o anatomista inglês William Harvey (1578-1657) observou que todo mal-estar sentido na mente era direcionado para o coração. Hoje se sabe que o inconsciente interpreta e responde ao que chega ao cérebro por meio das terminações nervosas do corpo. É o que acontece quando levamos um susto, por exemplo.

Contra uma possível ameaça, o cérebro dispara reações para enfrentá-la ou fugir dela. “O coração acelera os batimentos para redistribuir o sangue para os músculos correrem ou lutarem e para o cérebro processar com rapidez toda essa situação. É por isso também que, para oxigená-los, a respiração fica mais rápida. É o chamado estresse, que envolve o sistema nervoso, hormonal e imunológico”, explica Artur Zular, presidente do Comitê Multidisciplinar de Medicina Psicossomática da Associação Paulista de Medicina.

Sem a fonte estressora, o corpo volta ao normal. Mas em caso de estresse permanente as coisas se complicam: os órgãos podem se esgotar, adoecer e o sistema imunológico tem sua ação inibida, facilitando o aparecimento de asma, alergias, gastrite, infecções e problemas cardíacos.

Fontes: Artur Zular, Presidente do Comitê Multidisciplinar de Medicina Psicossomática da Associação Paulista de Medicina; Ricardo Monezi, pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp; e Sérgio Hércules, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática.

Da Revista Galileu Online

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da infância

Imagem: PsicoBlog
Esse mês me dedico aos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Em postagens anteriores eu falei um pouco sobre o autismo, um tipo de TGD, além da Sindrome de Rett. 

Agora é a vez do Transtorno Desintegrativo da infância, ou Síndrome de Heller.

Como Acontece?

Durante os primeiros 2 anos de vida a criança apresenta desenvolvimento normal das habilidades, porém, entre os 2 e 10 anos o transtorno mostra-se um verdadeiro vilão. Segundo especialistas durante esse período há o que se chama de “perda clínica” das habilidades adquiridas.

O que mais dificulta o diagnóstico dessa síndrome é o fato de que nos primeiros anos há a manifestação normal de comunicação verbal e não verbal além de socialização e brincadeiras típicas de crianças nessa idade.

Após esse período a criança começa a apresentar dificuldade na adaptação social; a linguagem expressiva começa a ficar comprometida; Há uma perda das habilidades motoras, além da dificuldade no controle de esfíncteres. Para os profissionais em saúde mental a perda em pelo menos duas dessas áreas já é um dos indícios destacados nos critérios para diagnóstico de Síndrome de Heller. Além desses, outros critérios de diagnóstico são mencionados no DSM IV* como: comprometimento da interação social; dificuldade na comunicação ou em manter relacionamento social; atraso na linguagem falada. O funcionamento anormal em pelo menos duas dessas áreas podem denunciar a presença do Transtorno Desintegrativo da Infância.

Essa Síndrome ainda não tem cura, porém é importante que haja o diagnóstico precoce com objetivo de diminuir os efeitos da perda das habilidades adquiridas. Uma das possibilidades de tratamento é promover uma melhor interação social entre as crianças pois é uma das dificuldades que causam mais prejuízos para sua qualidade de vida.

*Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Síndrome de Rett: Mais um Transtorno Global de Desenvolvimento

Esse mês estarei falando sobre os principais Transtornos Globais do Desenvolvimento. 


Além do autismo, destacado em uma outra postagem deste blog, a Síndrome de Rett é um Transtorno Global de Desenvolvimento que é preocupante para a interação social e para a vida futura da criança. Esse Transtorno acomete mais quase que exclusivamente as meninas. 

Como ocorre? 

Imagem: Divulgação
Segundo minha pesquisa, a Síndrome é uma anomalia em um gene que ocasiona desordens neurológicas, compromete com o tempo funções intelectuais e motoras, além de causar dependências e alterações de comportamento. 

Entre os sintomas pode-se observar: 


- Diminuição do desenvolvimento psicomotor; 
- Diminuição, também, do crescimento craniano, podendo levar a uma microcefalia; 
- Perda do uso das mãos causando movimentos repetitivos como apertar, esfregar, bater palmas; 
- Perda de vocábulos, ou palavras adquiridas aprendidas; 
- Problemas de comunicação e raciocínio; 
- Distanciamento Social 
- Problemas respiratórios em vigília como apneia, hiperventilação (aumento na quantidade de ar enviado para os pulmões na respiração), aerofagia (“comer o ar”); 
- Distúrbios do sono; 
- Alterações na visão: Doença da retina, atrofia óptica e catarata; 
- Dano cerebral antes ou após o nascimento. 

Tratando e “Cura” da Síndrome de Rett 

O biólogo Alysson Muotri é, segundo minha pesquisa, um Biólogo brasileiro com pós-doutorado em Neurociências no Instituto Salk em San Diego, Califórnia. Ele é responsável por um estudo de um grupo de cientistas que conseguiu “curar” um neurônio autista, estudo esse que foi baseado justamente na Síndrome de Rett o que poderá proporcionar a longo prazo uma possível cura real. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Sintomas de Depressão Podem se Manifestar Diferentemente em Homens

bigstock-African-American-manHomens podem sofrer de depressão quase tão freqüentemente quanto as mulheres, de acordo com um novo estudo da Universidade de Michigan. Tradicionalmente, as mulheres foram diagnosticadas com depressão com mais ou menos o dobro da taxa dos homens, cerca de 20% das mulheres tornando-se deprimidas em algum momento de sua vida.
Nos últimos anos, no entanto, alguns pesquisadores tem se questionado se talvez eles não tem feito aos homens as perguntas certas.
Por exemplo, enquanto as mulheres podem mostrar a sua depressão através de sintomas como choro ou insônia, a depressão masculina pode mostrar-se como a raiva, agressão, abuso de substâncias ou a exposição a riscos, tais como jogos de azar ou flertes, disse a principal autora Lisa Martin, Ph.D., professora assistente na Universidade de Michigan.
Quando estes tipos de sintomas foram levados em conta na pesquisa, os especialistas descobriram que cerca de 30% dos homens e mulheres haviam estado deprimidos em algum momento de suas vidas, de acordo com o estudo publicado no JAMA Psychiatry.
O estudo envolveu 3.310 mulheres e 2.382 homens e é o primeiro a olhar para as diferenças de gênero nas taxas de depressão em uma grande amostra nacional, disse Martin.
No entanto, nem todos os especialistas aceitam que a depressão se manifesta de forma diferente em homens e mulheres, disse Peter Kramer, MD, professor clínico na Universidade de Brown, não envolvido no novo estudo. Ele acrescentou que a noção de diferenças de gênero em sintomas de depressão ainda é uma ideia nova.
Kramer observou que as taxas de transtorno bipolar – em que as pessoas podem alternar entre depressão e mania – são semelhantes entre homens e mulheres. Mas as taxas de muitas outras condições variam de acordo com o sexo.
Por exemplo, autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são muito mais comuns entre os homens, enquanto que os transtornos alimentares são mais comuns entre as mulheres.
No entanto, Martin acredita que a mudança dos critérios para o diagnóstico de depressão pode levar a mais homens a procurarem ajuda.
“Se conseguirmos fazer com que os homens que sofrem de depressão a reconheçam em si mesmos e comecem o tratamento, será muito significativo”, disse Martin.
Homens deprimidos são tipicamente muito menos propensos a procurarem tratamento, disse Martin, em parte porque alguns homens veem o pedido de ajuda como um sinal de fraqueza.
Ela acrescentou que os médicos lhe dizem que os homens não são tão propensos a procurarem ajuda por eles mesmos. Pelo contrário, os médicos dizem que os homens entram em seus escritórios só porque “tem recebidos ultimatos de suas esposas ou seus empregadores”, que ameaçam com divórcio ou demissão, a menos que mudem seu comportamento.

Texto de TRACI PEDERSEN, Editora Associada de Notícias
Revisado por John M. Grohol, Psy.D., em 31 de Agosto de 2013
Fonte: PsychCentral

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Série sobre Transtornos Globais do Desenvolvimento - O Autismo

Imagem: Divulgação
Esse mês estarei falando sobre os principais Transtornos Globais do Desenvolvimento. Verdadeiros algozes no desenvolvimento natural do individuo e que gera problemas na fase adulta.


Pais. Observem suas crianças. 

Desde cedo é possível avaliar se a criança apresenta sinais de algum transtorno do desenvolvimento. Um bom exemplo de diagnóstico precoce é do autismo que é uma disfunção que causa dificuldades na comunicação e na socialização do indivíduo. A criança tem dificuldades de se relacionar e de responder ao ambiente. É como se ela vivesse em um mundo particular.

Os riscos do Diagnóstico errado

Nos dias atuais notou-se um aumento nas estatísticas de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista(TEA) mas o que deve ser levada em consideração é que esse aumento, segundo informações do site CPPL pode ser em decorrência de um diagnóstico errado. Dessa forma é necessário que o profissional da área não se limite a rotular a criança como autista e elabore um plano para ter um tempo mais prolongado para com vistas a realizar um bom diagnóstico.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"Bebês já fazem escolhas morais", diz psicólogo

Para o canadense Paul Bloom, temos um senso moral inato, moldado pela evolução para nossa sobrevivência. Nesta entrevista, o professor de ciências cognitivas da Universidade Yale, nos Estados Unidos, conta como seus experimentos com bebês de até um ano revelam aspectos de uma ética universal e mostram que, desde que nascemos, sabemos diferenciar o bem e o mal

Para o psicólogo Paul Bloom aperfeiçoamos nosso senso moral por meio da razão e do raciocínio
Para o psicólogo Paul Bloom aperfeiçoamos nosso senso moral por meio da razão e do raciocínio(Reprodução/Twitter)
O canadense Paul Bloom reuniu em seu último livro dois temas com apelo popular: bebês e moralidade. Referência mundial em estudos sobre desenvolvimento cognitivo, seu propósito é mostrar, em O que nos faz bons ou maus (Editora Best Seller, 304 páginas), que parte de nosso senso moral é inato. Seus experimentos com bebês, feitos no Centro de Cognição Infantil de Yale em conjunto com sua colega e mulher, Karen Wynn, dão pistas de como a moralidade seria mais uma característica moldada pela evolução para nossa sobrevivência e indicam quais aspectos do nosso sistema ético seriam universais e biológicos.